25.10.07

again and again

umbrella de du haibin.
no domingo fomos ver umbrella. não gostei, achei realmente uma grande seca. li o argumento e fiquei entusiasmada (talvez por há uns três anos ter devorado livros e diversa informação sobre a história da china). mas não consegui gostar, às tantas faltou-me a sensibilidade para este tipo de abordagem (ou então já ia com ideias preconcebidas e por isso esperava um outro filme). a mim e às não-sei-quantas-pessoas que abandonaram a sala antes do filme terminar. cem minutos que a meu ver teriam funcionado melhor numa curta. a china é um país que teve e tem situações muito particulares para se agarrar e fazer um bom documentário. o êxodo, a revolução cultural, o grande salto, a exploração dos direitos humanos e a infantil, a tragédia dO filhO únicO, as más condições laborais e de habitabilidade, o exército, o partido comunista, a vida no campo... o documentário mostrou alguns destes temas mas só os tocou ao de leve. e sempre com o guarda-chuva como pano de fundo. poucos diálogos (o que não é obrigatoriamente mau) e uma imagem pouco apelativa. e por isso, vi muita gente a dormir durante o documentário. registei duas frases:

houve a revolução cultural, em 1966 mas isso é uma longa história... (e passa para outro tema!)

e depois há a vida no campo, o dia-à-dia dos camponeses, mas disso nem vale a pena falar...

acho que foi sempre com estas ideias de nem-vale-a-pena-referir que du haibin nos mostrou a china de umbrella.
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arquitecturas de peso de edgar pêra.
a conjugação de imagens e da música puta vida merda cagalhões de nel monteiro. irreal... é a crítica do povo (????)! mas com alguma piada. ccb, expo98, estádios de futebol euro2004, casa da música e as suas grandes derrapagens orçamentais. por fim, nel monteiro aparece quase como uma entidade divinatória (?????), sempre com a sua crítica à sociedade num tom quase grotesco. música de intervenção? então vamos lá actualizar o artigo (????). fez-me lembrar o vai tudo abaixo. era mesmo uma comédia, não era?
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lisboa dentro de m. jacquerod e e.s. pereira.
interessante, talvez partindo do princípio que o público-alvo é o cidadão comum. achei que faltou mais informação sobre um tema tão em voga. os 10.000 prédios degradados em lisboa. não passou da fase do levantamento. e com uma explicação muito rápida do tema em questão. já conhecia a realidade e de lá não trouxe mais nada, o que vem depois do levantamento? programas de financiamento? e depois como ficam as rendas? qual o papel das sru's?
mas mostrou a realidade, famílias que vivem em meia dúzia de metros quadrados, num prédio em ruínas e quase a desabar. pagam pouco de renda (rendas congeladas com excepção de um que paga 165€... como é possível?) logo não há dinheiro para a manutenção do prédio. é a realidade mas (talvez por ser a minha área) queria mais e mais.
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as operações saal de joão dias.
talvez o melhor documentário que vi nestes últimos tempos. gostei da abordagem, das explicações dos arquitectos envolvidos nas operações no algarve, lisboa e setúbal e no norte. o debate, foi óptimo, esclarecedor, uma partilha de emoções e vivências de quem participou no saal. infelizmente (possivelmente) o documentário não irá sair em dvd, no entanto acho que devia ser distribuído pelas faculdades de arquitectura (e afins), porque considero-o uma óptima ferramenta de estudo e de conhecimento de uma fase tão importante (e com ideais tão marcantes que continuam a influenciar outros programas/ operações) da arquitectura portuguesa.
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não sei se irei mais ao doclisboa. ontem quis (mas o cansaço não deixou) ir ver o ironeaters (de shaheen dill-riaz) ou o sketches of frank gehry (de sydney pollack). no sábado gostava de ver o my country, my country (que esgotou no sábado passado) e o rebellion - livtinenko case (sobre o assassinato/ envenenamento do ex-agente da polícia de segurança russa), ambos no grande auditório do culturgest. ainda não sei como vai ser este fim de semana, se não os for ver, andarei pela arte de maria keil (que não fui ver ao barreiro).
e já agora... porque não em silves? resposta 1 e resposta 2 (fico revoltada!). e quando soube da exposição no barreiro, ainda perguntei se era desta que a ia ver em silves. e ainda não é.

3 comentários:

  1. olá...
    visitei-te porque me visitaste...
    apenas para dizer que gosto das imagens e do tipo de discurso.
    para quem não tem tempo para ver e visitar tantas coisas como tu, é uma boa forma de ficar a conhecer.
    também sou Algarvia, mais propriamente da Praia do Carvoeiro, mas vim viver para o Norte há já muitos anos.
    bom trabalho...

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  2. Tenho de ir! Recomendas algum filme?

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  3. Pelo que me toca, obrigado pelo link para o Local & Blogal e pela oportunidade que lhe confere de divulgação da obra e da personalidade de Maria Keil. Obrigado também por me permitir fazer passar a minha opinião sobre o marasmo da vida social e cultural de uma cidade, como muitas outras, sujeita, por inépcia da administração pública, à perda continuada da sua identidade.

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Obrigada pelo comentário.