Levo o dia a beber chá agora nem tenho sono. O trabalho também desperta, quando não estou na deadline. Aí fico a desejar inconsoladamente os lençóis, a almofada, a quantidade exagerada de mantas e o escuro do quarto sem o barulho incomodativo dos aparelhos electrónicos. Amanhã tenho de acordar cedo e não estou minimamente preocupada, vou continuar a ler O Beijo, até que o sono me apague. Geralmente comigo, os livros não resultam para apelar ao sono, acabo por me entusiasmar ainda mais. Agora já tenho alternativas: 1. livros de arquitectura e urbanismo enfadonhos, tenho alguns na prateleira os quais nunca passei das primeiras páginas; 2. as politiquices e economicistes da revista semanal que leio sempre. Se mesmo assim não der, agarro-me aos pensamentos de criança: é impossível não dormir uma noite inteira, mais cedo ou mais tarde vou adormecer e nem vou dar por isso e de repente hei-de acordar com o toque do despertador. Como era ingénua, ora, é impossível não dormir uma noite inteira? mal eu sabia o que me ia calhar. Já lhes perdi a conta, nestes últimos cinco anos, mesmo sem contar com as noites de forrobodó. Só de pensar que já passei uma noite em claro por que meti na cabeça que tinha de terminar um livro. E terminei. E não dormi. Aprendi a dar mais valor ao sono e ao dormir, nestes últimos dois anos.
Quero dormir.
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