6.5.08

arquitecturices

desaturado

no primeiro ano de faculdade tive uma cadeira que foi a maior desordem de todos os tempos, sem nenhum método lógico (pelo menos na altura). construções i. que teoricamente deveria ter sido muito útil. aliás, todo o primeiro ano foi estranho. foi como estar com um pé lá e outro cá. sem saber ao certo o que é/ era a arquitectura e muito menos o urbanismo. foi um ano de novos conceitos, novas palavrinhas e novas ideias. foi tudo tão estranho, que terminei o ano e senti que não tinha aprendido nada. esse foi o único que não deixei guardado no computador, foi directamente para um cd, sem grandes preocupações.

mas a construções (mal do professor, porque mais tarde voltei a tê-lo e foi como reviver o passado) a confusão foi geral. nunca percebíamos os objectivos dos trabalhos. a matéria, ainda hoje não consigo dizer ao certo o que nos foi dado. para esses trabalhos bastava-nos uma apresentação toda croma em powerpoint, com muitos crops, com setas e setinhas (vim mais tarde a descobrir que qualquer arq/urb adora setas... eu mesma as faço vezes sem conta), com zoom outs e zoom ins e com muitas imagens e fotografias tiradas da internet (bendito flickr, onde andavas nessa altura?).

hoje, enquanto pensava e esboçava uma espécie de hall gigante, de átrio ou mesmo de foyer ao ar livre (ali para a zona do centro de congressos), tendo em conta todas as pequenas dores de cabeça do local, lembrei-me de um trabalho feito à tal cadeira de construções. mais propriamente, as desconstruções de praças.
fui buscar o cd e revi os trabalhos. como foi possível inventarmos tanto. basicamente, desfizemos duas praças, uma em itália (a piazza matteotti) e outro em espanha (plaza en alcoy) em vários layers. a comédia começa a partir do layer do mobiliário urbano (tanta invenção e desenhos técnicos aldrabadíssimos à mão... qual autocad qual quê!) e culmina na descrição das pedras. ora nunca lá tínhamos ido mas podíamos jurar que aquela pedra cinzento-azulada era mesmo um granito-cinzento-santa-eulália (viva à convicção!).
nesse ano, ainda fizemos uma análise construtiva da rua de campolide (a primeira directa em trabalho) e outro na reboleira - amadora, o primeiro contacto directo com a periferia de lisboa, e no qual aprendi os primeiros comandos em autocad (nunca mais esqueci o extrude).
depois de os rever acho que até aprendi alguma coisa mesmo. não passaram de conceitos, é certo, mas são tão necessários como a prática.

para hoje, serviram-me apenas para relembrar títulos, como os novos espaços urbanos e para lhe seguir o índice (à busca do tal exemplo) pelo flickr.

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