27.6.06

tempos modernos

Fiquei a saber de um seminário sobre Saúde e Ambiente, a realizar-se no dia 5 de Julho, das 14h30 às 18h30, no Instituto Piaget de Silves. Já vi o programa e, visto que não se paga inscrição, acho que vou participar. Irá ser discutido/ debatido a relação, complexa e vulnerável, entre os factores ambientais e a saúde das populações. O programa pode ser visto aqui e a inscrição aqui.

Vi, numa notícia da Ciência, Tecnologia e Inovação, que uma em três crianças usa telemóvel. Até aqui, nada que já não estivesse à espera. Depois, continuei a ler a notícia. Uma em cada três crianças do primeiro ciclo do ensino básico tem telemóvel, sendo que 70 por cento das crianças com dez anos já possuem um telefone móvel. Este estudo foi elaborado no Porto, mas o panorama do país deve andar pelos mesmo valores.
Com 10 anos (em 1994) eu ainda brincava na rua, salva à corda e ao elástico, ia experimentar roupas para a casa dela (lembraste?), ainda pensava nas AppleMania e claro, ouvia Onda Choc (de repente lembrei-me de uma série de musiquinhas lalalalalala). Isto leva-me a pensar que as crianças, hoje em dia, já não brincam. Se calhar isto para eles é brincadeira: Os jogos foram indicados por 65 por cento dos inquiridos como uma das utilizações do aparelho [telemóvel]. Ou isto: 40 por cento afirma usar também o aparelho para mandar e receber mensagens de amigos e colegas. De quem será a culpa? Pais!? Crianças!? Colegas!? Educadores!? O avanço tecnológico actual!? No que estão estes tempos modernos a fazer às crianças, às suas brincadeiras, às relações interpessoais? Não percebo. Só sei que não gosto (parece que sou muito velha, no entanto eu cresci já na era dos computadores)
Se eu fosse tão criativa como Jacques Tati (ou até como Charlie Chaplin) também faria uma sátira a estes tempos modernos.

Aqui fica a notícia na íntegra:

Uma em cada três crianças do primeiro ciclo do ensino básico tem telemóvel, sendo que 70 por cento das crianças com dez anos já possuem já um telefone móvel, revela um estudo efectuado em escolas públicas do Porto. De acordo com o Diário de No­tícias (DN), que divulga alguns dos resultados deste estudo, um terço das crianças que usam o aparelho não recebeu qualquer informação, de pais ou professores, sobre o seu uso correcto.
Este estudo – realizado por José Rocha Nogueira e Helena Moreira, do Centro Regional de Saúde Pública do Norte, e Maria João Pedroso, da sub-região de Saúde de Aveiro – inquiriu mais de mil crianças entre seis e 12 anos, de uma amostra de sete escolas. Tal como revela o estudo, citado pelo DN, ao todo, 34,5 por cento tinham telemóvel, sendo a prevalência para os alunos de seis anos de quase 13 por cento. Das crianças de sete anos, perto de 23 por cento têm telemóvel e nos oito anos já são quase 40 por cento as crianças que possuem um telefone móvel. Segundo o estudo, aos dez anos, é já a grande maioria que usa este meio de comunicação.
Os riscos para a saúde, decorrentes do uso destes aparelhos, têm sido alvos de vários estudos científicos, sendo a maioria dos resultados, até então, inconclusivos. A preocupação surge de uma maior exposição às radiações dos telemóveis e à possibilidade de provocarem a destruição da estrutura do material biológico. Outra questão é o facto de as crianças serem consideradas mais sensíveis aos efeitos adversos na saúde do que os adultos.
Segundo o estudo, a maior parte dos alunos com telemóvel diz usá-lo para receber chamadas de pais e outros familiares, sendo que 40 por cento afirma usar também o aparelho para mandar e receber mensagens de amigos e colegas.
Os jogos foram indicados por 65 por cento dos inquiridos como uma das utilizações do aparelho.
O maior grave para os investigadores tem a ver com o facto de não ser dada qualquer informação sobre a forma mais adequada de utilizar o telemóvel a uma grande parte das crianças. Outra questão tem a ver com o uso de auricular, aconselhado para evitar a proximidade do telemóvel com o cérebro, sendo que, conforme apurou o trabalho de investigação, três em cada quatro crianças diz nunca ter usado este equipamento, havendo apenas 23,3 por cento dos menores a usá-lo sempre ou quase sempre.

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